"As pessoas precisam parar com o hábito de fazer cartas, guardar para si e depois dizer que mandaram".
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva estou cumprindo o seu conselho à risca. Esta carta, estou lhe enviando, e também para os principais jornais do país. Há poucos dias o sr. e sua comitiva desembarcaram festivamente em Cuba e ofereceram ao mundo um espetáculo deprimente, além de envergonhar 20% da sociedade brasileira que preza a liberdade e consegue ler nas entrelinhas as verdadeiras intenções de seu governo. Durante sua memorável visita à ilha prisão, houve uma ridícula sessão de fotos, ocasião em que o sr. aproveitou para abraçar os assassinos de Orlando Zapata, cujo velório concomitantemente ocorria em algum outro lugar camuflado pelo governo. O seu anfitrião disse que a culpa da morte do dissidente é do império americano, o sr. acreditou? O seu assessor top-top minimizou o fato dizendo que 'há problemas de direitos humanos em todo o mundo'. E o que diria seu secretáro de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi? Aliás, na minha opinião ele deveria ter participado da festa ao invés de ter ficado no país semeando discórdia e criando castas. Mas, a verdadeira finalidade dessa carta é lhe avisar que tem outro dissidente em greve de fome há vários dias e pede ajuda internacional. Estou dando minha contribuição na tentativa de evitar que se repita aquela terrível falha de comunicação, quando os dissidentes não conseguiram protocolar o envio da carta. Comunico-lhe que o novo dissidente em foco chama-se Guillermo Fariñas e provavelmente terá o mesmo fim de Orlando Zapata. Desta vez o sr. não poderá alegar que não recebeu nenhuma carta, e que não sabia de nada. Prometo me empenhar bastante para mantê-lo informado.
P.S - Fariñas agradece e pede desculpas por não ter podido protocolar o pedido de socorro. Seria sumariamente fuzilado.
Humberto de Luna Freire Filho
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