De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” 17/12/1914 - Rui Barbosa

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terça-feira, 18 de maio de 2010

LULA sendo idiota do Irã

Irã usa Brasil e Turquia para ganhar tempo, diz especialista

Reinaldo Azevedo  -  segunda-feira, 17 de maio de 2010 | 19:13

Gustavo Chacra, correspondente do Estadão em Nova York, entrevistou em seu blog Abbas Milani, diretor do Centro de Estudos Iranianos da Universidade Stanford e do Instituto Hoover. Creio que vocês já leram algo parecido…

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O Irã usa o Brasil e a Turquia para ganhar tempo. A afirmação é do professor iraniano-americano Abbas Milani, diretor do Centro de Estudos Iranianos da Universidade Stanford e do Instituto Hoover e considerado um dos maiores especialistas em Irã nos Estados Unidos. Na sua avaliação, o acordo com turcos e brasileiros dificultará a aprovação de novas sanções contra o regime de Teerã no Conselho de Segurança da ONU. Abaixo, trechos da conversa do blog, em Nova York, com Milani, na Califórnia, por telefone. Abbas Milani, diretor do Centro de Estudos Iranianos da Universidade Stanford e do Instituto Hoover. Creio que vocês já leram algo parecido…

Blog - O acordo elaborado por Brasil-Irã-Turquia é sério e terá algum efeito no programa nuclear iraniano?

Abbas Milani - Parece ser apenas mais uma tentativa do regime de Teerã de usar alguns países para ganhar tempo. Antes, o Irã fez o mesmo com a Rússia, a China e até mesmo os europeus. Agora, seria o Brasil e a Turquia. Também precisamos saber o que significam estes 1.200 kg de urânio enriquecido a 5%.

Blog - Agora ficou mais difícil aprovar uma nova resolução com sanções ao Irã?

Milani - Os EUA, seus aliados europeus, a China e a Rússia terão um grande problema. Será muito difícil aprovar sanções agora. E o regime iraniano sabe disso e fez um pacto com a Brasil e a Turquia. Os brasileiros dão legitimidade por serem de fora da região, uma potência emergente, latino-americana. E os turcos por integrarem o mundo islâmico.

Blog - Como o regime iraniano está vendendo o acordo internamente?

Milani - Ahmadinejad e o governo enfrentam inúmeros problemas domésticos. Portanto, estão dizendo que o acordo foi uma vitória, dizendo que todos os pontos impostos por eles foram aceitos. Segundo o regime, a comunidade internacional precisou aceitar o acordo nos termos iranianos.

Blog - O objetivo do Irã é ganhar tempo?

Milani - Sim, eles querem ganhar tempo e o acordo serviu para isso. Enquanto isso, podem desenvolver o conhecimento necessário para produzir uma bomba. Mas, que fique claro, eles ainda não tomaram a decisão política de fabricar uma arma nuclear. Para o Irã, este acordo com o Brasil e a Turquia é uma situação “win-win”, sendo positiva de qualquer ângulo para eles.

Blog - As sanções adiantariam para frear o programa nuclear iraniano?

Milani - Sempre achei que não. O regime tem como burlar estas sanções. Mas, agora, passei a achar que o regime teme as sanções ao fazer de tudo para impedir a aprovação.

Por Reinaldo Azevedo

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“ACORDO” COM IRÃ BUSCA É ISOLAR OS EUA

segunda-feira, 17 de maio de 2010 | 19:03

O dito “acordo” celebrado por Brasil, Turquia e Irã já nasceu morto. E foram os próprios iranianos a assinar o óbito ao afirmar que o país não abrirá mão de enriquecer ele próprio o urânio a 20%. Ora, é esse o centro da questão, não outro. A tal troca dos 120 quilos do material, a esta altura, é o de menos.

O mundo recebeu o anúncio com justo ceticismo. O esforço em curso não é para pressionar o Irã, mas para tentar isolar os Estados Unidos. E parece não ter surtido efeito. A Casa Branca anunciou hoje que estão avançados os esforços para impor sanções ao Irã: “[O acordo] não muda os passos que estamos dando para responsabilizar o Irã por suas ações”, afirmou Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca.

Gibbs disse esperar um comunicado formal  à Agência Internacional de Energia Atômica: “Considerando o reiterado fracasso do Irã em cumprir com suas obrigações e a necessidade de cuidar de questões fundamentais sobre o programa nuclear, os EUA e a comunidade internacional continuam a ter sérias preocupações”, afirmou.

O ceticismo não é só dos EUA. França e Rússia também viram o anúncio do acordo com reservas. E cresce a sensação de que Mahamoud Ahmadinjad usou o Brasil e a Turquia para ganhar tempo. Ou melhor: os dois países se deixaram ser usados.

A PATACOADA DO ACORDO COM O IRÃ

segunda-feira, 17 de maio de 2010 | 15:59

Como se afirmou aqui desde o princípio, estava claro que o Brasil e a Turquia conseguiriam “convencer” o governo do Irã. O país aceita agora um acordo nos mesmos termos que havia rejeitado antes: entrega urânio enriquecido a 3% e recebe de volta enriquecido a 20%. Pronto! O mundo pode dormir em paz?

Pois é.  O IRÃ ANUNCIOU QUE CONTINUARÁ A ENRIQUECER URÂNIO A 20% EM SEU PRÓPRIO PAÍS. O que isso quer dizer objetivamente? Que aqueles 120 quilos a 3% — que, segundo o combinado, serão trocados pelos enriquecido a 20% — não são todo o urânio de que dispõe o país. Assim, o seu programa nuclear continua na mesma toada, coberto pelo sigilo de sempre.

Lula é um dos “culpados úteis” dessa história. Ahmadinejad pode festejar. Por quê?  Ganhou tempo. A partir de agora, fica mais difícil para os Estados Unidos defenderem as sanções. Parecerá intransigência. Esse é o resultado parcial da entrada de Lula — com a ajuda da Turquia — como ator global: deixar o Irã mais perto da bomba. E, como lembrou Diogo, o nosso Chamberlain voltará coberto de glórias.

Aliás, uma frase de Churchill entrou para a história quando os primeiros-ministros da Grã-Bretanha e da França — respectivamente, Chamberlain e Daladier — celebraram o Pacto de Munique com Hitler, em 1938: “Entre a desonra e a guerra, escolheram a desonra, e terão a guerra”.

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Conforme o roteiro, Amorim diz que Irã aceita acordo nuclear

segunda-feira, 17 de maio de 2010 | 5:49

Por Marcelo Ninio e Samy Adghirni, na Folha. Comento em seguida:

Após quase 20 horas de negociação em Teerã, Brasil, Turquia e Irã finalizaram as bases de um acordo para romper o impasse em torno do programa nuclear iraniano.

O acordo deve ser anunciado hoje, quando os chefes de governo dos três países se reunirão na capital iraniana. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou à Folha que uma fórmula foi alcançada para implementar a proposta da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), que tem o objetivo de garantir que o Irã não produza armas atômicas. Ao final de um dia de negociações intensas entre os três países, que obrigaram o chanceler brasileiro a faltar a dois compromissos da visita do presidente Lula ao Irã, Amorim não escondeu que um acordo estava costurado.

“Há pequenas diferenças de linguagem. A fórmula está razoavelmente pronta”, disse o chanceler, que em seguida, chegou a receber os parabéns pelo sucesso da negociação do subsecretário-geral para Assuntos Políticos do Itamaraty, Roberto Jaguaribe.

A conclusão do acordo foi confirmada pelo chanceler turco, Ahmet Davutoglu. Questionado pela Folha, ele foi categórico. “Temos um acordo.” O chanceler se referia a uma proposta negociada desde o ano passado pela AIEA para conciliar a preocupação das potências ocidentais acerca do programa nuclear iraniano com o direito, assegurado pela ONU, de o Irã enriquecer urânio para fins pacíficos.

O plano prevê que o Irã envie parte de seu estoque de urânio pouco enriquecido para outro país e receba em troca o combustível enriquecido a até 20%, nível adequado para uso médico, mas não para a bomba. Temendo não receber o urânio de volta, Teerã impôs condições: que a troca fosse simultânea e acontecesse em território iraniano. As potências rejeitaram as exigências e ergueram uma frente diplomática no Conselho de Segurança (CS) para impor uma quarta rodada de sanções da ONU ao Irã.

Brasil e Turquia uniram esforços no CS, onde ocupam vagas rotativas, para ressuscitar o plano da ONU.

Detalhes do acordo
A Folha obteve uma cópia do esboço de acordo trilateral que deve ser finalizado hoje em café da manhã entre Lula, Ahmadinejad e o premiê da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que embarcou às pressas para o Irã na noite de ontem depois de ser informado sobre o êxito das conversas.

Pelo texto, o Irã enviaria 1.200 quilos de seu urânio pouco enriquecido à Turquia. Em troca, EUA, Rússia e França se comprometeriam a entregar 120 quilos de combustível necessário para o reator de pesquisa de Teerã. O texto não deixa claro se essa troca seria simultânea, como Teerã queria, ou não.

Ontem, a Casa Branca confirmou à Folha ter recebido informações sobre o acordo, mas um porta-voz disse que seria preciso mais tempo para saber o que exatamente foi oferecido antes de fazer qualquer avaliação. Já o Departamento de Estado afirmou que só falaria sobre o assunto hoje. Antes da viagem, os EUA haviam demonstrado ver com ceticismo a possibilidade de que Lula conseguisse um acordo. Aqui

Comento
Era o esperado, não? Não era preciso esperar o “acordo” para comentar. Escrevi então:
Antes que acontecesse, já comentei o caso na sexta-feira:
“O Irã já rejeitou proposta idêntica à feita pelo Brasil, depois de ter dado sinais de que poderia aceitá-la. Rejeitou, fez testes com mísseis e admitiu a existência de instalações nucleares que não tinham sido previamente comunicadas à Agência Internacional de Energia Atômica. O pacifismo de Mahmoud Ahmadinejad é internacionalmente reconhecido…
Se o “Zóio Junto” combinar tudo direitinho com Lula, topa a “proposta” nada original do nosso Demiurgo, o mundo saúda um “acordo”, o nosso líder posa (Emir Sáder escreveria “pousa”) de pacificador, e os iranianos continuam a desenvolver o seu plano nuclear secreto para tentar obter a bomba. Afinal, como escreveu há dias a revista alemã Der Spiegel, já há a desconfiança de que o Brasil faça o mesmo…“

Diogo também já comentou o acordo antes do acordo, em sua coluna na VEJA:

“O Brasil é uma espécie de Macaé do mundo. Isso é uma sorte. Se o Brasil fosse a Inglaterra, Lula já estaria consagrado como o nosso Chamberlain. Sempre que alguém quer guerrear, surge algum pateta tentando ser intermediário da paz. Em 1938, o primeiro-ministro da Inglaterra, Chamberlain, viajou para a Alemanha para negociar olho no olho com Hitler. Depois de alguns encontros, eles assinaram um tratado de paz, pelo qual Hitler se comprometia a ocupar apenas uma parte do território da Checoslováquia. Chamberlain voltou à Inglaterra comemorando a paz. Seis meses mais tarde, Hitler atropelou Chamberlain e ocupou o resto da Checoslováquia. Em seguida, ocupou a Europa inteira.

Se Lula é o Chamberlain de Macaé, Mahmoud Ahmadinejad só pode ser o Hitler de Macaé. Como Hitler, ele mata seus opositores. Como Hitler, ele persegue as minorias. Como Hitler, ele tem um plano para eliminar todos os judeus. Só lhe falta o poder de fogo, porque um Macaé, felizmente, é sempre um Macaé. O papel de Lula é esse: dar-lhe algum tempo para que ele possa obter uma arma nuclear. Na semana passada, um articulista do Washington Post chamou Lula de “idiota útil” de Mahmoud Ahmadinejad. O articulista está certo. Mas há outros “idiotas úteis”, além de Lula. O G15, reunido neste domingo no baile funk iraniano, conta também com a Venezuela, de Hugo Chávez, com o Zimbábue, de Robert Mugabe, e com a Indonésia, de Susilo Bambang Yudhoyono, eleito pela Time, em 2009, uma das 100 personalidades mais influentes do mundo. Time é uma espécie de VEJA de Macaé.”

Concluindo
Por enquanto, a coreografia ensaiada por Lula e Ahmadinejad está dando certo para… Lula e Arhmadinejad. Essa é uma história longa. Está só no começo.

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