De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” 17/12/1914 - Rui Barbosa

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ora, Celso Amorim, tenha a paciência e “vá à merda”.

Como diz um conhecido jornalista: Isso é uma, ou mais uma, vergonha.

Ora, Celso Amorim, vá à... merda!!!!

 Adriana Vandoni em 18/04/ 2010
(Giulio Sanmartini)
A concessão de comendas às mulheres de presidentes brasileiros pode causar problemas, dúvidas ou indignação. Conheço uma que causou problemas ao escritor e humorista Millôr Fernandes. Em 1959 ele tinha na TV. Tupi do Rio de Janeiro, um programa intitulado “Treze lições de um ignorante”, suspenso por ordem do presidente Juscelino Kubitschek, que tem até hoje a absurda fama de ter sido liberal e democrata, mas não hesitou em usar a censura, quando percebeu que sua mulher fora ironicamente criticada Millôr, ao dizer: “Dona Sarah Kubitschek chegou ontem ao Brasil depois de 5 meses de viagem à Europa e foi condecorada com a Ordem do Mérito do Trabalho.”
Vale destacar que ao lado de Darci Vargas e Ruth Cardoso, foi uma das primeiras-damas mais ativas do país, engajando-se em obras sociais. D.ª Sarah foi a fundadora da Organização das Pioneiras Sociais.
Não sei se no intervalo, outra primeira dama foi condecorada, mas a atual Marisa Letícia Lulla da Silva, acabou de ter a sua segunda. A primeira foi no dia 7 de dezembro de 2007 quando recebeu, em cerimônia realizada na Base Aérea de Natal (BANT), no Rio Grande do Norte, a Medalha do Mérito Santos-Dumont.
Logo me assaltou uma dúvida: Por que a “primeira patroa” recebeu condecoração brasileira  criada para homenagear civis e militares, brasileiros ou estrangeiros, por destacados serviços prestados a Força Aérea Brasileira (FAB)? Qual serviço prestara à FAB  a homenageada? Conclui, como uma grande boa vontade, que fora pelo fato de ter acompanhado o marido em suas inúmeras viagens no Aero-Lulla, com uma tripulação da FAB, sem nunca dizer nada.
Mas agora parece que a coisa entrou no perigoso terreno da galhofa: dona Marisa foi condecorada com a Ordem de Rio Branco. (14/4). Essa ordem é destinada a galardoar os que, por qualquer motivo ou benemerência, se tenham tornado merecedores do reconhecimento do Governo Brasileiro, servindo para estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção, bem como para distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas.
Pombas! a “primeira patroa”, com relação à Diplomacia Brasileira teve somente uma passagem indigna, fez uso do Itamaraty para facilitar-lhe o recebimento  da dupla nacionalidade brasileiro-italiana  junto ao Consulado italiano.. Os descendentes de italianos até a 5ª geração tem esse direito, mas para qualquer mortal no Brasil, que também queira ser italiano, há uma espera de média de 6 anos, e Marisa Letícia a recebeu em dias. Mas à parte feia da coisa é a mulher de um presidente que não acredita no país governado por seu marido e como se não bastasse, ao ser perguntada por que como mulher do presidente, pedira a dupla nacionalidade, sem o mínimo pejo, respondeu: “É, o amanhã nunca se sabe, não é mesmo?”
Pois é, a uma brasileira que não respeita seu pais  foi dada a Comenda do Rio Branco, que tem como dístico a expressão em latim “Ubique Patriae Memor” (Em qualquer lugar, terei sempre a Pátria em minha lembrança).
Mas o  pior de tudo foi a explicação  que deu o chanceler Celso Amorim, para esse puxa-saquismo explícito: “Apoio à atuação do marido na política internacional justificam a homenagem” – afirmou ele..
Ora, Celso Amorim, tenha a paciência e “vá à merda”.

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